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A confiança que me libertou

Oi, tudo bem? Bom te ver por aqui.

Neste espaço, te convido a exercitar um novo olhar, para ter uma nova vida. 

No primeiro post, quero compartilhar um pouco da minha história com você. 

Fique à vontade para tomar um café durante a leitura.


11 de agosto de 2000, sexta-feira. Acordei por volta das 5h30, sentindo o cheiro do almoço que minha mãe havia preparado para mim. Na mochila, um fichário, um livro do Chiavenato e minha marmita, embalada com muito carinho e cuidado. Um pouco antes das 7h, entro no ônibus, e vou para o meu 1º dia de trabalho com carteira assinada! Na minha cabeça, milhares de perguntas e expectativas. E lá vão mais de 20 anos.

Lembro-me claramente da entrevista. Ansiosa e sem experiência, perguntava-me com quantos candidatos eu iria concorrer e o quanto eles seriam mais competentes do que eu. Algum tempo depois, minha gerente comentou que, naquele dia, ficou impressionada por eu ter caminhado uma distância tão longa do meu ponto de ônibus até o local do escritório. Para mim, isso era normal. Contudo, sua interpretação foi de que eu não cederia às pressões das entregas diárias que o cargo exigiria. E assim, iniciei minha vida profissional como Assistente Administrativo no antigo Banco Dibens, em Manaus-Brasil.

Três meses depois, nosso Superintendente Regional revelou que eu tinha o perfil para trabalhar em Vendas e perguntou: "De quanto tempo você precisa para adquirir um veículo?" - e assim me promover, visto que os executivos do Comercial precisavam ter carro para atuar na área. 

O chão se abriu diante de mim e senti um calafrio da cabeça aos pés. Eu não entendia como eles viam potencial em mim - na minha cabeça, eu não fazia "nada demais". Naquela época, eu não tinha dinheiro pra comprar carro, e nem carteira de motorista. No entanto, agradeci e respondi com firmeza, no auge dos meus 19 anos: "6 meses".

E assim aconteceu. Em 6 meses eu estava habilitada, e com a ajuda do meu pai (ele me deu R$ 2000 para pagar a entrda do financiamento), comprei meu primeiro carro - um lindo Chevrolet Corsa vermelho 1994. Em março de 2001, consegui uma promoção.

Resolvi compartilhar parte da minha história aqui, para deixar alguns insights que podem ser úteis para quem quiser ler este artigo até o final. Por favor, filtre apenas o que fizer sentido para você.

Muita coisa aconteceu desde então. Cresci, mudei de empresa algumas vezes, tive a oportunidade de gerir uma equipe, mudei de segmento, tive equipe de novo, depois escolhi voltar para campo, estudei, viajei, casei com um homem que incentiva a buscar meus objetivos, tornei-me mãe, conheci pessoas maravilhosas, outras nem tanto, confiei em mim, duvidei do meu potencial, me questionei muitas vezes, e...uma hora tive certeza de tudo. O tempo me trouxe clareza.

Então percebi que, apesar de não admitir, eu repetia um padrão de comportamento. Tinha dificuldades em admitir minhas conquistas e falar sobre elas. Receava comemorar minhas vitórias, e magoar alguém que ainda não tivesse alcançado as suas. Não enxergava excepcionalidade no essencial que produzia. Fingia não ter facilidade em fazer algumas tarefas, pois não era justo com os demais. Não entendia que cada um tem seus talentos e habilidades, assim como seus pontos a melhorar; então quando eu errava, achava que eu era a pessoa mais incompetente do universo – e entrava num ciclo onde repetia o erro, como uma forma de validar a minha incompetência. Achava que para ser boa, era necessário ser perfeita. Costumava absorver os problemas dos outros para mim, para que eles não sofressem com aquilo. Necessitava de reconhecimento e elogios constantes, e quando não os tinha, pensava que estava fazendo algo errado.

Basicamente, ao longo da minha juventude, atribuí minhas conquistas ao meu “falso eu”, e meus deslizes ao meu “verdadeiro eu”, o qual eu costumava aprisionar, para que este não ofuscasse nada nem ninguém. Ou seja, manifestava a clássica “Síndrome da Impostora”. Minha convicção dizia que a qualquer momento eu seria descoberta como uma fraude, afinal, qualquer um poderia ter alcançado os mesmos resultados que eu. E claro, eu só conseguia avançar os degraus e superar os obstáculos porque tinha sorte, ou a ajuda de alguém.

Como se não bastasse, e para não perder o gancho dos rótulos, nas horas vagas ainda tirava da cartola o “Complexo de Wendy” – tentava ser “boazinha” a maior parte do tempo. Sentia medo de ser rejeitada, culpa por não ser perfeita e necessidade de agradar para ser aceita.

Felizmente, amadureci. Construí minha base na rocha. Hoje reconheço que possuo inúmeras qualidades e meus gaps não me anulam. Pelo contrário, sem eles eu limito a minha capacidade de evoluir ainda mais, através do aprendizado. Sim, ainda tenho meus medos, mas eles não me paralisam. Procuro manter-me em movimento e prefiro alimentar o lobo que me diz para seguir em frente.

Expandi minha consciência a ponto de honrar minha história, desde a infância, e entender que a minha confiança só é abalada quando eu permito, quando eu procrastino, ou quando eu esqueço que é possível transformar minhas emoções e crescer – porque não – tanto através do amor quanto da dor.

Há tempos deixei de projetar minha felicidade em um provável “eu idealizado”. Vivo o presente e me dedico todos os dias a voltar para casa sendo uma versão melhor de mim mesma, ou até mesmo uma nova versão, transformada. Procuro aprender sempre algo novo, seja observando meus pares ou sendo o sujeito da oração – às vezes aprendo como fazer, e outras aprendo como não fazer algo.

Apesar da serenidade que adquiri com a maturidade, parei para pensar e percebi que, até aqui, faltara coragem para afirmar:

Mereço tudo que conquistei. E conquistei com minha competência.

Tudo bem não saber de tudo.

Críticas não são o fim do mundo.

Fico feliz em saber que de alguma forma inspiro pessoas ao longo do meu caminho.

Mudei de ideia algumas vezes e acho isso ótimo, pois meu ponto de vista não precisa ser estático – ele pode passar por variações, de acordo com a profundidade do meu entendimento em determinado assunto.

Sou muito grata e feliz por estar há mais de 20 anos atuando em Vendas. Acho o máximo e considero nosso campo de atuação extremamente estratégico.

Acredito que o genuíno trabalho em equipe não conhece barreiras – e aqui aproveito para agradecer a todos que estão ou estiveram comigo.

Acredito na Liderança Transformacional como forma de engajar pessoas e assim obter resultados consistentes e sustentáveis, chegando à tão almejada alta performance.

O melhor ainda está por vir. 

Se você chegou até aqui, prazer. Sou Anelice Marambaia. De um lado, trago a resiliência da Tribo dos Miranhas, e do outro, raízes italianas. Ganhei minha liberdade após trabalhar minha confiança, e estou aqui para te mostrar que você também é INCRÍVEL e pode TUDO! Vem comigo?


 
 
 

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Anelice Marambaia

© 2025 por Anelice Marambaia.

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